sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Alberto Moghrabi

Alberto Moghrabi:

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Depois de tantos anos Mané estranhou dar banho no filho. A distância entre cabeça e pés aumentou muito e as orelhas ficaram bem grandes. Isso sem falar na dificuldade de manter o braço bem levantado para o gesso continuar seco. A cena foi muito diferente do que há 17 anos, mas nem por isso deixou de suscitar doces lembranças. Vai ter repetição nos próximos dias. Estranho mesmo foi lidar com aquele monte de pelos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Alberto Moghrabi

Alberto Moghrabi: "Mané, como todos, gosta da sensação de proximidade que o “feici” passa. Resulta que falamos com amigos distantes, lembramos de aniversários outrora esquecidos, enfim, isso que todos já sabem. Por outro lado algumas pessoas acham que por ter postado algo, ficam desincumbidas de qualquer outra providência. Depois dá um problema e o cara diz: ué? Mas eu postei no “feici”! Mané acha isso extremamente irritante."

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Mané, como todos, gosta da sensação de proximidade que o “feici” passa. Resulta que falamos com amigos distantes, lembramos de aniversários outrora esquecidos, enfim, isso que todos já sabem. Por outro lado algumas pessoas acham que por ter postado algo, ficam desincumbidas de qualquer outra providência. Depois dá um problema e o cara diz: ué? Mas eu postei no “feici”! Mané acha isso extremamente irritante.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Alberto Moghrabi

Alberto Moghrabi: "A filha de Mané, 22, anda com o humor pior que o de costume. Pra cima e pra baixo reclamando, não conversa, pragueja, enfim, uma cópia fiel do pai. Questionada, ela se declara momentaneamente infeliz. Mané tenta animá-la e lhe diz que estes são os anos mais felizes da vida dela. Fez-se um silêncio ensurdecedor e Mané se retirou achando que tinha pegado pesado, mas como explicar à menina que isso passa?"

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A filha de Mané, 22, anda com o humor pior que o de costume. Pra cima e pra baixo reclamando, não conversa, pragueja, enfim, uma cópia fiel do pai. Questionada, ela se declara momentaneamente infeliz. Mané tenta animá-la e lhe diz que estes são os anos mais felizes da vida dela. Fez-se um silêncio ensurdecedor e Mané se retirou achando que tinha pegado pesado, mas como explicar à menina que isso passa?

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

(1) Alberto Moghrabi

(1) Alberto Moghrabi:

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Quando vai chegando a noite Milu deita perto da porta e presta atenção aos barulhos que vêm de fora. Quando Mané aperta o botão do elevador na garagem ele começa a ganir baixinho e só para quando a porta se abre e Mané entra. É assim com cada morador da casa. Se por acaso alguém não vem jantar ou volta mais tarde o cão fica deitado na porta até todos chegarem. Só depois é que vai pro acolchoado dele. E dorme!

domingo, 16 de outubro de 2011

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Num domingo desses, anos atrás, Mané pegou com a mãe a receita para fazer Sambucek (http://www.receitasdavivi.com.br/receitadoce_item.php?id_receita=33) e passou o dia inteiro amassando, recortando, pincelando e enfornando. Rendeu mais de 90 pasteizinhos. De noite, exausto, reclamou com a mãe sobre a quantidade ao que ela respondeu: “eu não disse que era pra ter feito ¼ da receita”? Os Sambuceks duraram semanas.

sábado, 15 de outubro de 2011

(1) Alberto Moghrabi

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Quando a filha de Mané era bem pequena, todo dia na hora que ele chegava do banco, eles assistiam juntos aos episódios do TimTim, que passavam no final da tarde na TV Cultura. De banho tomado, a pequena vibrava com as aventuras do herói e de seu cãozinho branco Milú. Mais tarde Mané lhe dava de comer e pouco depois a colocava na cama. Hoje, ela também tem um Milú, só que este é cinza e é um pouco menos aventureiro.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

(5) Alberto Moghrabi

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Mané acha as pessoas muito exigentes e eternamente insatisfeitas. Se você agrada da primeira vez, na segunda a cobrança será sempre maior. Na terceira você é incompetente e na quarta você já não presta pra nada. Mané descobriu um jeito de fugir desta cela. Apresenta só soluções superficiais e resolve os problemas nas coxas. De vez em quando adiciona uma cerejinha aqui, outra acolá. Isso elimina as cobranças.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Alberto Moghrabi

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De pequeno Mané aprontou muito e por isso levava surras homéricas da sua mãe. Mané apanhou de todo jeito, desde tapas até chineladas. Dia após dia, semanas a fio, por anos e anos. Até que um dia Mané percebeu que já era mais forte que a sua mãe, por volta dos 13/14 anos, quando então num entrevero ele segurou a mão dela e delicadamente a fez sentar-se na poltrona até que se acalmasse. Desde então, nunca mais apanhou.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Alberto Moghrabi

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Mané se depara com um parque vazio e molhado e anseia por uma gota de chuva que o faça desistir da sua caminhada triste e solitária, já que seu companheiro de andanças resolveu gazetear a semana inteira. Os corredores contumazes passam por ele esbanjando fôlego e disposição. Como a ansiada chuva não cai, Mané pisa no asfalto molhado e lentamente inicia a caminhada em direção ao nada. Na cabeça, só maus pensamentos.

domingo, 9 de outubro de 2011

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Mané não tem moral pra falar de religião, mas que vergonha hein? Em Yom Kipur, dia de lotação máxima, os muito ricos têm tratamento melhor que os menos. Quem paga bastante consegue uma cadeira na primeira fila e fica, digamos, mais perto de Deus. Tem sinagoga até que confina os menos ricos em salas diferentes onde são atendidos pelo rabino reserva e não tem onde colocar os cotovelos. Seria essa a vontade D´Ele?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A concepção do Milu

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Mané conta que a mãe do Milú é quase Scotish Terrier. O pai, maltês, nanico. Num dia, ela no cio, o pequeno se debatia aflito para transar. Não dava altura. Ele montava nela, mas o pingolim não chegava lá. A certa altura a cadela cansou das tentativas dele e deitou no chão de ladinho com a língua de fora, ofegante e frustrada. Foi a conta. O cachorrinho subiu nas suas ancas e “crau”! Assim foi concebido o Milú.

domingo, 2 de outubro de 2011

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Por quase 27 anos Mané foi, todos os domingos, à feira (exceto em feriados, férias ou motivado por força maior). Há uns meses parou de suportar aquele ambiente de sujeira e gritaria (antes considerado charmoso e pitoresco) e passou a fazer as compras num sacolão com ar condicionado. Melões, abacaxis, pêssegos e mangas, porém, ainda os compra no seu fruteiro, que o atende, ressabiado, através da janela do carro. 02/10/2011