sábado, 9 de novembro de 2013
Mané já estava dormindo quando foi acordado por um estrondo, um barulho tão alto como se uma motocicleta de escapamento aberto fosse ligada e começasse a acelerar dentro do quarto. Depois de um minuto para se recuperar do susto Mané levantou para averiguar o que ocorria. Abriu a janela e verificou que o barulho vinha do prédio vizinho. Saiu pra sala bufando e viu que por ali reinava a calma, ninguém escutava nada, só “esse barulhinho estranho”, como disse a mulher de Mané. Resmungando “cidade de merda”, Mané desceu e foi até o prédio vizinho e ao inquirir o porteiro, este lhe contou orgulhoso que tinha “começado a funcionar o gerador novo”. Mané então notou que faltava luz naquele prédio ao lado e que um gerador funcionava a todo vapor e que nessa hora do início da madrugada nada poderia fazer e saiu de lá com a promessa de que a eletropaulo já vinha consertar o transformador que queimara tendo como conseqüência feito o gerador potentíssimo funcionar. Mané voltou pra casa e sob o olhar atônito da mulher e da filha, sentou-se frustrado pensando num meio de se vingar do barulho e da noite mal dormida que viria pela frente. Então Mané sentou na indefectível poltrona vermelha para ler e de repente começou a pensar numa tia dele que já morreu e adorava ouvir as suas histórias. E Mané se imaginou contando essa história para ela e de como no fim ela ia dar risada do ridículo de ficar brigando com porteiros de madrugada porque, talvez dissesse, “afinal, porteiros noturnos não dormem mesmo, que importa o barulho”? 28/06/2013
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