sábado, 9 de novembro de 2013

Mané sempre fica constrangido quando alguém fala muito bem de uma pessoa falecida, que era um grande homem, que fez grandes coisas, que era uma pessoa perfeita, amantíssimo marido, bom pai, irmão caloroso e por aí vai. Mané sabe que tudo isso é mentira, ninguém é perfeito, ninguém é só bom. Ontem Mané lembrou do que disse na inauguração do túmulo do pai, sobre quanto o pai tinha lhe ensinado, sobre toda a herança cultural que ele deixou, mesmo tendo sido uma pessoa distante e recolhida, pouco afeita a demonstrações de carinho. Mané estranhou mas ficou feliz de ter sido contrariado ali mesmo no cemitério pelo sobrinho que disse que não concordava com nada daquilo, que o avô tinha sido muito próximo e carinhoso. Mané pensou consigo mesmo, que sorte ter tido um pai que era apenas humano, nem herói, nem bandido, apenas pai! 15/04/2013

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