quarta-feira, 16 de abril de 2014

Mané levanta preguiçoso. Tem que levar o cão pra fazer xixi e coco. No escuro ele pega a bermuda velha e no armário escolhe uma camiseta que esta bem embaixo da pilha. Coloca nos pés os crocs velhos e já meio fedidos, põe a coleira no pescoço do animal, pega uma sacola daquelas que poluem por 500 anos e desce. No elevador ele percebe que está muito mais mal vestido que de costume. A camiseta está puída e tem furos. A bermuda tem uma mancha suspeita e os crocs, bem, nem novos são dignos de nota. Depois das necessidades do cão Mané vai à padaria. Na porta tem corretores de imóveis que entregam alegremente panfletos para os que saem. Lançamento espetacular no bairro. Mané faz as compras e na saída sabe que vai ser abordado pelos corretores e ele sabe também que detesta receber panfletos de imóveis. No entanto, quando Mané desponta pela porta da padaria e vai em direção à moça, ela o mede de cima a baixo e numa rápida avaliação, não entrega o flyer. No elevador, enquanto Mané olhava novamente para sua aparência mal ajambrada, não sabia se ficava satisfeito por não ter recebido mais um papel inútil, ou se ficava ofendido por não merecer um panfleto sequer. 10/11/2013

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