sábado, 28 de janeiro de 2017

Dias atrás fiquei orgulhoso pelo fato de minha esposa ter ganhado um concurso de crônicas e por isso publiquei a foto dela ao lado do banner onde constava seu nome e a premiação. Muita gente curtiu a foto, inclusive pessoas que não me conhecem e nem à minha esposa. Tudo bem continuei “cheio de si” e afinal, as pessoas postam coisas no facebook para isso mesmo. No post da foto, muitos pediram para ler a crônica e, depois de pedir autorização à minha mulher, publiquei o textoque trata de um assunto familiar delicado com bastante exposição pessoal, a deficiência do nosso segundo filho querido. Em termos numéricos, aproximadamente metade das pessoas que curtiram a foto, vieram a curtir o texto, o que é compreensível, pois se trata de uma leitura que demanda alguns minutos, diferente de uma foto ou mesmo um post do Mané. Curtidas à parte, fizemos uma breve análise dos comentários e, além de ficar orgulhosos novamente, constatamos que por mais bela, sensível, verdadeira e todos os outros adjetivos dos quais o texto foi merecedor, ele na verdade não atingiu o seu intuito primordial. A maioria dos elogios fala de “sentimento”, “beleza”, “tenha força”, “você mãe também é especial”, "deus dá a carga conforme a sua capacidade de carregar" e etc, todos lindos elogios pelos quais agradecemos e muito. Mas é aí que reside o equívoco: a maioria das pessoas trata o assunto da deficiência, de qualquer deficiência, como se não tivessem nada a ver com isso e enquanto essa tendência perseverar, aqueles que têm algum caso de deficiência “por perto”, qualquer deficiência, inata ou adquirida, terá que conviver com um problema e não apenas com uma viagem diferente da que os outros estão fazendo, como preconiza poeticamente o belo e robusto texto da Vivi. 02/12/2015

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