sábado, 28 de janeiro de 2017
Mané chega do almoço e senta na cadeira e ao se virar para atender ao telefone sente uma dor lancinante do lado esquerdo do peito, aquele lugar que serve para se guardar amigos. Fica ali esfregando o local, faz dois ou três alongamentos, mas a dor não cede, ao contrário piora. Entra uma pessoa na sala e pergunta “o que houve, porque Mané esta tão pálido?”. Mané diz que sente dor e aponta o local e a pessoa lhe diz: “não vai ter um enfarto, hein?” Mané, quase 59, estava justamente pensando nisso e ao invés de ficar aflito se deprime. Já dá como certo o fim próximo, mas não faz nada mais que esfregar e alongar o músculo do peito. No dia seguinte à tarde Mané ainda sente dor e se pergunta se os enfartos são sempre tão compridos assim, mas resolve finalmente ir ao pronto socorro onde é socorrido prontamente ao dizer à enfermeira que estava com uma dor do lado esquerdo do peito. 4 horas e muitos exames mais tarde, depois de muita gente ter lhe dito para ter calma, que estava tudo bem, Mané saiu do hospital com uma receita de antiinflamatório e nenhum problema no coração. O peito de Mané ainda doía muito com o agravante que agora nem conseguia respirar: lembram daquela piada, “só dói quando respiro?” Em casa, á noite, Mané reclama pra mulher que a dor que sentia era igual àquela dor quando em 2004 ele tinha... Mané subitamente se lembrou que na manhã do dia em que sentira a dor ao tentar entrar no metrô foi atrapalhado por uma velhinha que se arrastava na porta quando o aviso de fechamento de portas soou e Mané percebeu que a velhinha seria esmagada pela porta e então, de forma heróica, Mané se interpôs entre a mulher e a porta e conseguiu tirá-la do perigo mas a porta tinha se fechou sobre ele, do lado esquerdo do peito. Mané, se sentindo um herói, voltou ao pronto socorro, desta vez com um ortopedista. 4 horas e muitos exames depois, Mané saiu de lá com uma receita de antiinflamatório, remédio pra dor e um diagnostico de trauma numa costela, do lado esquerdo do peito. Mané tirou grandes lições desse episódio: que nem toda dor do lado esquerdo do peito é enfarto, que o metro não é um meio de transporte muito seguro, que um velhinho de 59 não deve se meter a herói e que pronto socorro não é um lugar seguro. 16/10/14
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