sábado, 28 de janeiro de 2017

Mané sempre foi preguiçoso, mas com a idade esse defeito “melhorou” muito. Quando solicitado Mané nunca refugou trabalho, pelo contrário, pelos locais onde passou sempre foi tido como uma pessoa colaborativa e que gostava de por a mão na massa e em casa, Mané vai ao mercado, lava a louça sempre e às vezes, arruma as camas. Mané teve relativo sucesso na sua vida profissional, mas acredita piamente que por causa da sua proverbial preguiça, perdeu ao longo da vida muitas oportunidades. A mulher de Mané diz que ele só sabe escrever crônicas e mini-contos porque é preguiçoso e adicionou aí um outro defeito, além de preguiçoso ela acha que Mané é imediatista, não consegue ver algo sendo construído vagarosamente, quer logo tudo pronto, portanto, nunca vai escrever um romance. Quando estava na época de namorar Mané só investia nas meninas que ele julgava já estarem “prontas” para ele. Cortejar uma moça por muito tempo dava preguiça, Mané preferia desistir. Mané teve um chefe que certa vez lhe disse que o achava muito pragmático, afirmação que Mané não sabia se tomava como elogio ou crítica, “mas como assim pragmático?”, ao que o chefe lhe responde que Mané só ia nas bolas boas e inclusive por isso tinha um índice grande de sucesso. “Mas é bom só ir nas bolas boas, certo?”, ao que o chefe respondeu, sim, mas as vezes tem coisas boas escondidas nas bolas ruins. A conversa parou aí, o chefe deixou de ser chefe pouco depois, mas lá estava a preguiça presente na vida de Mané. Bom, mas e daí? 07/11/2016

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