Mané sobe no metrô na Vila Madalena e é atingido pelo frescor do ar condicionado. Escolhe um lugar na janela e é imediatamente absorvido pelo suave balouçar do trem. Conforme a composição vai adejando pelas estações Mané percebe que o carro se enche e se vê cercado por diversos velhinhos que balançam ao sabor da tração. Mané tem a opção de fechar os olhos e assumir a sua própria velhice ou levantar-se e dar lugar a um senhor que parece que vai desabar a qualquer momento. Mané se levanta e o velho agradecido desaba no banco. Quando o trem esvazia Mané senta ao lado daquele que beneficiou e este lhe sorri mais uma vez, agradecido. O sujeito então lhe diz que é difícil chegar aos 60, que gostaria de ser mais jovem "como você", apontando o queixo para Mané. Mané, 59, prefere ficar calado e apenas sorri aquele sorriso meio de lado, aquele que corta a conversa com estranhos. 11/02/2015