sábado, 28 de janeiro de 2017
Ontem enquanto degringolava pelos baixios da Vila Mariana, houve momentos em que Mané se sentiu inseguro, seguia por ruas semi-desertas e por algumas vezes, ao cruzar com pessoas que julgou estarem em atitude suspeita, temeu ser assaltado, pois carregava uma soma em dinheiro além do esmartefone. Enquanto resfolegava pelos aclives imaginou-se sendo ameaçado pelo cano de uma arma, tendo que entregar o dinheiro, o celular, os tênis e, sabe-se lá o que mais, e voltando semi-nu para o escritório, como é que ele se explicaria? Por isso hoje ao chegar despiu-se da carteira e do celular e mergulhou animado nas ruas vazias, mas com aquela sensação que a gente fica quando esta longe do celular: isolado do mundo, a pé, nu com a mão no bolso. Mané levou apenas 27 reais consigo. O trote desenvolve-se de forma natural, ao invés de descer para depois subir, Mané hoje subiu para depois descer, mas durante os 47 minutos que durou a empreitada, Mané não conseguiu se desligar. E se a mãe ligasse? E se o filho ligasse? E se a filha ligasse? E se a mulher ligasse? E se o cachorro ligasse? E se ocorresse uma hecatombe que precisasse da interferência de Mané e ele chegasse tarde para evitar o desastre? A cada tanto perguntava a um passante que horas eram, apressava-se pelas calçadas e rotundas. Mal parou na banca do coco, atirou o dinheiro para a moça japonesa, entrou desabalado na sua sala e buscou avidamente o celular na gaveta querendo ler rápido os 750 whatsapps e as 80 ligações que lhe tinham feito naquela última hora...... Tudo vazio. Aliviado e contrariado Mané se deu conta que ninguém o tinha procurado, nem nenhuma besteira importante tinha sido publicada no facebook e na caixa de entrada do seu e-mail, apenas um spam propondo-lhe um tratamento contra impotência, será que Mané precisa pensar nisso? Exausto, Mané resolveu tomar um banho, pois tinha se sentido meio grudento ontem ao longo do dia.13/01/2017
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