quinta-feira, 20 de julho de 2017
Como é que escolhemos as nossas parceiras? Cada um deve escolher de um jeito, Mané tem também o seu. Nesse processo de escolha são fundamentais as predileções de cada um, suas neuroses e um monte de outras razões às vezes inexplicáveis e intangíveis. Mané é uma pessoa muito neurótica e tem um check list imenso quando se tratava de escolher parceiras. Por exemplo, a moça tinha que ter um pé bonito. Quando cortejava alguém, Mané nunca dava a palavra final sem ter dado uma boa olhada no pé dela. Começos de namoro no inverno sempre foram complicados, muita meia, muita bota, quando o pé viesse à luz poderia advir uma surpresa desagradável. Outra coisa que Mané fazia questão é que a menina tinha que ser um bom garfo, tinha que gostar de comer e tolerar todo tipo de comida; nada de garotas que ficavam separando pedacinho de cebola da comida, que passassem a vida fazendo regime ou que tivessem nojo de feijoada. Na primeira vez que Mané foi com aquela que viria a ser a sua mulher a uma churrascaria, ela estava de sandália. Na hora em que serviram a picanha fatiada, Mané achou que a gordura estava excessiva e apartou alguns pedaços e, ao fazer esta operação notou que a moça ficou olhando com o rabo de olho para os pedaços de gordura que iam ficando de lado. Mané ficou preocupado porque a garota não tirava o olho do prato, no entanto comia com vontade os seus bocados e Mané notou com satisfação que ela comia a carne com gordura e tudo. Ao fim da refeição, antes da sobremesa, como a moça continuava olhando para o prato de Mané, ele não resistiu e perguntou qual era afinal o problema, ao que a moça lhe perguntou se ele ia comer esses pedaços de gordura apartados e Mané respondeu que não ia e então ela pediu licença, espetou com o garfo tudo que tinha sobrado no prato dele, comeu com gosto e depois se recostou satisfeita empunhando o cardápio para escolher a sobremesa. Algum tempo depois eles se casaram. 20/07/2017
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