sábado, 9 de setembro de 2017
Agora que já faz 40 anos, Mané pode contar que esteve naquela noite em setembro de 1977 na PUC quando a universidade foi invadida pelo Erasmo Dias. Mané estava no fim da rampa, na entrada do prédio novo com o primo e outras pessoas que bebiam e fumavam. Mané não bebia, até hoje não bebe, mas estava fumando e não fumava cigarro comum, nunca fumou até hoje. Mas como Mané já disse agora ele pode falar porque tudo isso já passou e pessoa mais careta que Mané, Mané acha difícil de existir. Mas voltando aos fatos, Mané lá embaixo na rampa, chapado, percebe que há uma movimentação estranha no topo da rampa, soldados estão descendo cassetetes em punho, barulhos de estouros e fumaça e não era a dos baseados. Mané cutuca o primo e diz que acha que vai dar merda e, ato contínuo, os dois se viram e começam a correr para a rua de baixo, pela saída do prédio novo. Mané tinha uma moto que tinha ficado na porta de um boteco e, com o primo na garupa, fogem pela contra mão enquanto chegavam os camburões em alta velocidade. Já em local seguro os dois pensam no que fazer e na falta de uma melhor idéia, por ser uma noite quinta feira, resolvem ir até o jockey ckub fazer umas apostas. A três quarteirões de lá rolava a bordoada, muitas pessoas eram presas, a ditadura dava seus penúltimos suspiros. Naquela noite Mané e o primo perderam dinheiro em cavalos azarões e ganharam quase nada em favoritos. Mais tarde voltaram à PUC para tentar recuperar o carro do primo que tinha ficado estacionado na Monte Alegre, na esquina com a Rua Vanderlei foram parados por um comando que perguntou o que queriam e o primo, fazendo cara de inocente, disse que queria saber o motivo da agitação ao que o cara respondeu de forma truculenta: “com essas caras de maconheiros, melhor saírem daqui depressa ou também serão presos.” Mané manobrou a moto, o primo subiu na garupa e chisparam dali, Assim terminou o ato mais revolucionário da vida de Mané. 09/09/2017
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