sábado, 2 de setembro de 2017
Quinze anos atras Mané estava numa padaria com o filho e uma amiguinha comprando munição para servir um lanchinho para os petizes. Encostados no balcão enquanto aguardavam o fatiamento dos frios, as duas crianças olhavam embevecidas para uma vitrine com docinhos coloridos que tinham formato de bichinhos e insetos. Olhavam com cara de fome, quase lambiam o vidro para ver se algum açúcar passava por ali. A menininha, espertinha, olhou pra Mané em dúvida se tinha o direito de pedir um pouco daquele veneno açucarado. Mané se fez de besta e continuou ordenando comidas saudáveis. A garota se achegou e falou: "sabe, minha mãe sempre me deixa comer esses doces". E Mané, nada. "Quando eu peço ela me compra uns dez, se eu quiser". E Mané...nada. "Bom, dez não, talvez uns três, pra cada um, né?" Depois de mais umas quatro investidas Mané não resistiu e resolveu comprar uma bandejinha daquelas porcarias e serviu as crianças após o lanche, afinal, se a mãe dela deixava...Hoje Mané reviu a menina que agora tem 23 anos. Uma mulher. Ela não lembrava do episódio, aliás Mané desconfia que ela nem se lembrava dele. Mané se sentiu velho e deprimiu.02/09/2017
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