quinta-feira, 26 de setembro de 2019
Mané namorou com uma menina, uma daquelas meninas que de olhar, as pessoas já se sentiam abaladas, os homens principalmente. Era uma garota quase perfeita, não que alguma namorada de Mané não tenha sido quase perfeita, mas essa era mais do que quase perfeita. De carnes fartas e curvilínea, era o que podíamos chamar de uma mulher gostosa. Mané caiu de quatro por ela, fazia tudo o que ela queria, fosse Mané um cachorro, abanaria o rabo apenas com o olhar de través que ela lhe endereçava. Não é necessário ressaltar que seu principal atributo físico eram as suas nádegas, seu posterior, seu assento, seu bumbum, sua bunda. Bunda. Mané ia dormir e acordava pensando na bunda dela. Quando estavam juntos a mao nada boba de Mané, estivesse onde estivesse, sempre acabava aninhada na bunda dela. Mané apertou a bunda dela de todos os jeitos, por cima, por baixo, pelo lado, com pouca pressão, com muita pressão, com e sem delicadeza a bunda dela era um verdadeiro playground. A menina, claro, gostava da ação. Contorcia-se nos braços de Mané enquanto a mão dele deslizava do ombro para os quadris, do rosto para a base das costas, tudo sempre terminava em bunda. Fosse Mané um presidente teria dito: “nunca antes na história deste país houve uma bunda como aquela”. Fosse ainda Mané um presidente mais à direita teria latido: “Brasil acima de todos e a bunda dela acima de Mané”. Quando andavam na rua, sempre seguiam agarradinhos, Mané cochichava coisas na orelha dela, ela se desmanchava de rir, logo o clima esquentava e eles se agarravam e lá ia a mão de Mané para a bunda dela. Mas às vezes ela ficava nervosa. Ela ciciava: “para de passar a mão na minha bunda, aqueles caras estão olhando”. E Mané: “que olhem, que morram de inveja”. E ele apertava mais aquelas carnes e se deleitava com os olhares alheios, olhares de inveja os homens, ás vezes de reprovação das mulheres. O fato é que essa coisa de passar a mão na bunda dela no meio da rua começou a incomodá-la, teria ela dito a palavra assedio alguma vez?, Mané não lembra. O Que Mané sabe é que Mané adorava a bunda dela, adorava até as celulites que qualquer bunda avantajada tem e foi um choque quando um dia ela resolveu dar um pé na bunda de Mané. Certa vez, já casado com Salma, Mané avista aquela bunda inconfundível na Av. Paulista. Inconfundível. Mané aborda a garota e o encontro é bem caloroso. Abraçam-se, beijam-se e por um triz...vocês já sabem. Ela convida para um café, eles sentam e começam a colocar em dia os assuntos. Ela casou e se separou tem duas filhas, casa, cachorro, trabalho e um namorado e nesse momento ela da um sorrisinho e lança para Mané aquele olhar de través. Mané quer saber o que foi e ela fica sem jeito, mas depois de alguma insistência ela diz: “é que, sabe, às vezes tenho saudade de você porque, sabe, namorei com um monte de caras, mas nenhum deles passa a mão na minha bunda com a devoção que você passava, sinto falta disso”. 01/07/2019
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