quarta-feira, 15 de julho de 2020

Rápido demais chegou o primeiro dia de “aula” de Samira. Salma e Mané passaram boa parte da noite anterior arrumando a sacola, parecia que a garota ia viajar. Fraldas, duas mudas de roupa, sandálias extras, mamadeiras, papinhas e um casaquinho se por ventura esfriasse naquele dia de verão. Foi escolhido para a missão o lado forte e decidido da família, o próprio Mané. Cedinho, Samira acordou e parecia bastante animada e, após o desjejum, saíram ela e Mané para a aventura. Fizeram adaptação durante uns dias e tudo correu bem, Samira brincava e voltava pra Mané, jogava areia no amiguinho e voltava pra Mané até que chegou o dia de deixá-la na creche. Mané estava tenso quando entregou a filha para a professora, na sua avaliação uma menina só um pouco mais velha que Samira. A menina foi feliz para o colo da moça mas quando Mané se virou para ir embora ela começou a chorar muito alto. Mané voltou e tomou-a nos braços e ela imediatamente parou. Isso se repetiu umas seis, sete, talvez oito vezes, até que a professora falou: “pode ir, ela vai chorar um pouco e vai passar, a gente da conta”. Então Mané saiu da sala e ficou atrás da porta mas Samira estava inconsolável, chorava muito e até perdia o ar, contou depois Mané para Salma. Então, passados dez minutos, sem suportar mais, Mané retornou à sala e tirou sua filha do colo da professora e, de pronto, ela parou de chorar. Mané pôs a sacola no ombro e levou Samira pra casa. No dia seguinte quem a levou pra escola foi Salma que disse que a menina se comportou muito bem mas Mané até hoje não acredita que tenha sido assim tão fácil.

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