domingo, 12 de julho de 2020

Salma voltou da cozinha visivelmente contrariada e disse pra Mané, que fingiu estar adormecido, que tinha certeza de ter visto o pacote de wafers holandeses de limão no armário ainda hoje de manhã. Deitou ao lado de Mané com um pacote de wafers piraque de morango e começou a comê-los quase com raiva. Esse wafer não tem gosto de nada, queria saber onde foram parar os wafers holandeses, acho que um deles deve ter comido, apontando o queixo para o quarto dos filhos. Mané, que estava quieto, disse, “pode ser, sempre dá vontade de comer uma coisinha e aqueles wafers eram deliciosos”. Como você sabe, disse Salma, você nem experimentou. Ah, gaguejou Mané, acho que eram muito bons, a embalagem era muito apetitosa. Falou isso e rezou para que Salma não fosse fuçar o lixo onde certamente encontraria a embalagem apetitosa. Salma deitou novamente largando o pacote de wafers de morango comido pela metade e disse que o mais estranho de tudo é que ela sentiu o cheiro de wafers holandeses de limão quando Mané veio deitar. Mané, em cólicas, levantou da cama e disse que a imaginação dela era muito fértil e que iria ao mercado comprar o tal wafer holandês pra ela não passar vontade por causa da maldade dos filhos mas ela disse pra ele deixar pra lá, já estava com o bucho cheio de wafer piraque de morango. Mas Mané disse, não, vou lá comprar quatro pacotes e colocar o nome de cada um de nós em cada um dos pacotes e o meu, se você quiser, pode comer também. 05/07/2020

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