segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Hoje Mané foi dar sua caminhada número 150 PP. Anuar que passou a acompanhá-lo fez a sua de número 107. Mané e Anuar andam pela Vila Madalena, compram coisas, Anuar toma sorvete e Mané toma café. Também tiram fotografias dos prédios que estão brotando como ervas daninhas, pode-se afirmar que tem pelo menos 11 prédios em construção, só na rua deles. Anuar já deve ter tomado uns 100 sorvetes de duas bolas, 200 bolas portanto. Já compraram, pra levar, empanadas argentinas, esfihas, pão que não acaba mais, frios, refrigerantes e muitos outros produtos que lhes passam pela frente. Anuar prefere os dias úteis, com o comércio aberto tem mais opções para comprar. Tuperwares, canetas, fio macramé, biscuit, livros, mochilas, telefone sem fio, todo tipo de tralha que na pandemia viraram gêneros de primeira necessidade já vieram pra casa. Por outro lado nunca se arrumou tanto os armários e nunca se jogou tanta porcaria fora, certamente podemos viver com, digamos, 35% das coisas que possuímos. Hoje a noite Mané vai atingir uma marca inimaginável no dia 16/03/2020: quando sentar à frente da TV para ver o último capítulo da segunda temporada de Dexter, talvez sua 12a série da pandemia, terá lavado a sua louça de número 450 e terá limpado o banheirinho do Milu pela 600a vez. Terá lido 32 livros, passado 1854 e-mails, WhatsApp ele certamente perdeu a conta. Em compensação Mané só consegue se lembrar de três desavenças com Salma e duas com colegas de trabalho. Isso tudo é muito deprimente. Sem contar que daqui uns dias, Samira vai deixar o ninho, por sorte terá um vôo de galinha, vai pousar na mesma rua a três batidinhas de asas, um prato a menos pra lavar, um quarto a mais na casa. Mané deseja que venha a vacina, de onde quer que seja. !ואומרו אמן 16/8/2020

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