sábado, 9 de novembro de 2013
Nesses últimos anos Mané levava o pai à sinagoga nas manhãs do Yom Kipur. Mané chegava com seu pai na cadeira de rodas e ia abrindo caminho no meio do aperto em que a sinagoga se transforma nesta data. Seu pai, que sempre foi um homem discreto, ficava lhe dizendo para ir devagar e não atropelar as pessoas, mas Mané seguia adiante sem lhe dar ouvido e abusando da boa vontade que as pessoas têm com cadeirantes velhinhos, pelo menos dentro de uma sinagoga. Depois, acomodados em seus lugares, ficavam fofocando sobre os mais diversos assuntos enquanto escutavam as rezas. No fim da vida o pai de Mané passou a ser menos exigente nas coisas da religião e se contentava em estar ali mesmo que fofocando ao invés de rezar. Fazia questão mesmo era de cumprimentar o Silvio Santos, que ainda reza ali na cadeira ao lado. Foi estranho chegar sozinho nesta manhã pela primeira vez à sinagoga. Mané chegou a falar a uma pessoa, que se sentia esquisito sem o pai ali do lado e a pessoa lhe disse que não se sentisse, pois sem dúvida ele estava lá. Diante do ceticismo de Mané a pessoa insistiu: “mesmo que você não acredite”! 14/09/2013
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