sábado, 28 de janeiro de 2017

Mané esta no clube esperando sua mãe para caminhar com ela até o salão de jogos. Esse passeio leva uns vinte minutos entre a caminhada propriamente dita e os pit stops que a mãe hoje precisa para chegar ao objetivo. Enquanto Mané espera, ele folheia um livro novo e observa o mar de gente que entra pela portaria. Jovens mães orgulhosas empurram os carrinhos com seus filhotes dentro. Outras as arrastam pela mão em direção só banheiro para um xixizinho antes das brincadeiras. Rabinos aqui ao lado insistem em lhe entregar uma folha de papel com a parasha da semana e instam os homens a colocar os tfilim. Até shofar estão tocando agora que se aproximam as grandes festas. Mas o que interessa a Mané são os velhos. Talvez por estar esperando a mãe, talvez por estar se tornando um deles Mané observa os velhos. Que chegam sozinhos ou aos pares, sem o glamour da criançada. Alguns também chegam sendo empurrados por carrinhos, mas ninguém lhes da muita atenção apesar de as vezes lhes perguntarem também se querem fazer xixi. Não são familiares que empurram os carrinhos dos velhos, são ajudantes que parecem bonzinhos, mas tem cara de tédio. A mesma cara dos velhos. As pessoas acham que cuidar de velhos é contratar um enfermeiro ou alugar uma vaga num asilo. Não é! E Mané aprendeu, ou esta aprendendo isso a duras penas. Mané esta ficando velho cercado de velhos por todos os lados. 14/09/2014

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