sábado, 28 de janeiro de 2017

Neste fim de tarde, Mané estava no metrô e sentiu os olhos muito cansados e por isso resolveu tirar os óculos e os guardou na mochila. No percurso de 800m entre a estação e sua casa, enquanto ameaçava cair uma chuva torrencial, Mané apressou o passo para não se molhar. No meio do caminho, lembrou que estava sem óculos, mas continuou assim mesmo porque daria muito trabalho parar, abrir a mochila, procurar os óculos, enfim, o que poderia acontecer uns poucos metros sem óculos? Seguiu em frente e, no fim da subidona da Rua Agisse, Mané viu uma amiga sua de longa data e, como não a via há tempo, não teve dúvida, deu-lhe um forte abraço e tascou-lhe um beijo estalado na bochecha, enquanto dizia: “Cecília, há quanto tempo”. E ficou lá abraçando a moça que estava estranhamente rígida e quando Mané soltou o abraço, Mané percebeu que a moça não era a Cecília e aí ficou naquele constrangimento, pedindo desculpas, que era por causa dos óculos, ou pela falta deles, enfim, mas a moça sorria e quando Mané começou a pedir desculpas de novo para se escafeder de lá, a moça lhe diz: “não precisa pedir desculpas, foi a melhor coisa que me aconteceu hoje, aliás, podemos marcar amanhã na mesma hora para mais um abraço?” Hein? 03/11/2014

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