sábado, 28 de janeiro de 2017
No metro de São Paulo existem três tipos de trens: os muito velhos, os velhos que foram reformados e os novos que estão na linha amarela. O custo para se andar em qualquer deles é o mesmo, R$ 3,80 (e zero para Mané que tem um cartão de idoso). Ocorre que, assim como a idade dos trens, as viagens neles também são distintas. Nos novos tudo parece funcionar melhor, o ambiente é silencioso, o ar é condicionado e o sistema de som, bilíngue, funciona perfeitamente, sendo claro e audível em qualquer recôndito do trem e, além disso, você pode se locomover livremente dentro da composição, ou seja, pode entrar no último vagão e andar pelo trem até o primeiro; uma coisa mágica. Nas outras linhas só existem trens velhos e muito velhos. Os velhos ainda quebram o galho, têm ar condicionado, são bem iluminados e o sistema de som funciona bem, em português, a não ser quando há eventos internacionais, quando a moça começa a falar inglês também: “next station, paraíso, transfer to green line two”. Já os trens muito velhos são calhambeques que não tem ar condicionado, não se escuta nada porque o sistema de som é ruim e porque tem ventiladores barulhentos atirando ar quente na cara das pessoas a titulo de condicionamento de ar. No alto verão, entrar num desses muito velhos é uma aventura sensorial: assim que se põe o pé dentro do trem, cola-se na pele um ar estagnado, gosmento e gorduroso, e um cheiro de milhares de fluidos corporais misturados que são furiosamente espalhados pelos barulhentos ventiladores. Então, depois de toda essa explicação, Mané questiona publicamente o PSDB, na pessoa do Geraldinho, como Mario Covas se referia carinhosamente ao atual governador, que esta no poder estadual desde o ano 2000, porque cargas d´água somos obrigados, pelo mesmo preço a nos sujeitar a essa humilhação de andar nos trens muito velhos? Mesmo pagando zero de tarifa o serviço deveria ser equânime. Fora isso Mané tinha outras coisas a perguntar a muitos membros do PSDB, mas não quer agora, neste momento tão delicado pelo qual passa a nação, jogar merda nos ventiladores do metro.05/12/2016
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