sábado, 28 de janeiro de 2017

Pouco depois do café chega um whatsapp e Mané esfrega a tela do telefone para ler e eis que nada acontece. Mané esfrega de novo e de novo, mas o telefone não lhe dá atenção, um monte de whatsapp chegando e nada de Mané conseguir destravar a engenhoca. Mané já imagina o desastre: iPhone pifado, assistência técnica, semanas isolado do mundo, situação sinistra, uma desgraça completa. Mané esfrega a tela quando o telefone toca, ele vê quem chama, mas nada da tela escorregar. Mané testa o sistema de voz, tudo funciona, mas o telefone, qual mulher frígida, não responde aos estímulos do dedo de Mané. Em desespero, Mané tenta desligar o aparelho, mas vem a mensagem, deslize para desligar e a tela não desliza. Em desespero, Mané sai para o seu compromisso não sem antes avisar a família e a mãe, pelo telefone fixo, de que estava isolado, não tentem ligar no celular, não passem whatsapp, não conseguirei acessar o facebook, nada. Ligarei de tempos em tempos no fixo pra avisar que esta tudo bem, adeus. Uma hora e meia depois, já com tremedeira pelos efeitos da abstinência e depois de ter tentado muito truques para reanimar a coisa, toca o telefone de Mané, ele tenta atender e nada. Esfrega a tela com vigor e cogita jogar o aparelho no chão quando se aproxima uma moça que, pedindo licença pergunta o que se passa e Mané, com o olhar desvairado explica e a moça então pergunta se ele quer ajuda e Mané aceita pensando que se for um assalto, tudo bem, que ela leve aquela bosta e tudo mais que ela quiser, mas a moça é bonita, jovem, o que, 25/30 anos e Mané lhe da o celular e a moça esfrega o dedinho e constata que nada acontece e então ela coloca o indicador direito no botão de desligar e o dedão esquerdo no botão “home” e o celular se apaga e pouco depois se reinicia e quando a moça devolve o aparelho pra Mané, tudo esta funcionando novamente. Mané lê as mensagens, checa as mensagens perdidas, calma, tudo vai voltar ao normal e Mané levanta a cabeça e olha para a garota que já se afasta e diz: “obrigado, minha filha!”13/10/15

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