quarta-feira, 12 de julho de 2017

Houve um tempo em que Mané achou que ia ser escritor. Recém saído de um emprego num banco, que todos sabem se tratar de uma atividade selvagem, deu pra escrever crônicas numa revista, pequenos contos de enredo indeterminado, no tamanho de 4 ou 5 mil toques, obras de tiro rápido. Oito anos se passaram e neste período Mané escreveu uma crônica por semana, uns 400 textos que depois, parte deles, se transformaram em 3 livros (Mané ainda tem material pra mais três). Sentindo um certo esgotamento, Mané sonhou alçar vôos mais altos e quis escrever um romance. Começou e abandonou quatro, Mané não conseguiu passar do capítulo 3. Mané começou a achar que seu vôo de escritor era um "vôo de galinha", só textinhos curtos que já não o satisfaziam e, em desespero, resolveu fazer uma oficina que tinha o nome pomposo de "como escrever um romance". Mané fez a oficina por semanas a fio, conheceu gente interessante e quase fez novos amigos mas depois disso, Mané não consegue nem mais escrever crônicas, Mané não encontrou a sua voz literária e perdeu a anterior em falsete que escrevia crônicas. Agora já faz alguns anos, Mané só consegue ditar esses pequenos textos aqui no Facebook.12/07/2017

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