quarta-feira, 12 de julho de 2017
Mané ligou hoje pra uma pessoa. Sentiu saudades, tinha algo pra falar e, a caminho do metrô, penou pra lembrar o numero de cor e depois de algumas tentativas, finalmente lembrou, teclou os números e o aparelho se pôs a chamar. Mané pensou que não precisava perder tempo tentando lembrar-se do número já que o mesmo estava gravado na memória do telefone, depois disso pensou que não, que era melhor tentar lembrar-se do número que essas facilidades eletrônicas, tudo guardado nas agendas nos emburreciam, Mané acha que até o waze nos torna idiotas, ele nem mais sabe ir pra casa da mãe sem por o waze pra funcionar, mas, enfim o telefone cansou de tocar e nada da pessoa atender e Mané desligou e esqueceu-se do assunto. De todos. Lá pelo meio do dia o telefone toca e Mané vê no visor o nome da pessoa para quem ele tinha tentado ligar de manhã. Atenciosa, ela voltava a ligação matutina perdida. O problema é que Mané tinha esquecido do assunto, tinha esquecido que tinha ficado com saudades e tentou rapidamente encontrar um assunto para falar quando atendesse mas demorou muito e a ligação foi cortada. Mané ficou olhando para a “ligação perdida” e pensou que aquelas eram as palavras mais verdadeiras que ele tinha lido neste dia; “ligação perdida”, a do telefone, a ligação com a pessoa para quem ele tinha ligado, exatamente, perdida. Mané voltou às suas planilhas até que, saindo do metro, a caminho de casa, sentiu de novo saudades da mesma pessoa e lembrou-se do que quisera falar de manhã e teclou o número da pessoa sem hesitar desta vez. A pessoa atendeu, Mané perguntou se podia falar, a pessoa respondeu que na verdade estava ocupada então Mané desta vez sim hesitou e disse, que estava tudo bem, que não era nada, a pessoa disse, espera, o que você queria falar, e Mané respondeu, deixa pra lá, não era nada e a pessoa respondeu, bom, então ta e Mané disse também então ta e ambos desligaram. Ligação perdida. 16/05/2017
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