sexta-feira, 29 de setembro de 2017
Nesta época de Yom Kipur todos os judeus ficam pedindo aleatoriamente desculpas pelo Facebook pelas cagadas e maldades que fizeram o ano todo, atitude que Mané deplora, uma vez que tais iniciativas deveriam ser de outra forma e não com GIFS e fotinhas fofas. Isso é ridículo. Mané quase entrou nessa e já estava preparando o seu meme de pedir perdão quando se deu conta que não tinha porque fazer isso uma vez que Mané é uma excelente pessoa que, neste último ano, não aprontou nada e não fez nenhuma maldade com ninguém e por conseguinte não tem razão pra pedir desculpas. Talvez para Salma, pra sua irmã, sua mãe e seus filhos, mas isso mais por causa das picuinhas do dia a dia, não se pode neste caso falar de maldaaaaades assim maldosas. Desculpem Mané mas ele não vai se desculpar por nada, o assunto de Mané é com Ele, se é que Ele acessa as postagens no Facebook. Mané percebeu que se desculpou logo aqui encima, desculpem.28/9/2017
terça-feira, 26 de setembro de 2017
Eis que, para coroar uma semana cheia de acontecimentos esotéricos, Salma se aproxima de Mané, que geme de preguiça pela perspectiva iminente de ter que sair da poltrona para enfrentar sol e trânsito para ir trabalhar. Ela pergunta o que foi e ele diz que não quer fazer nada hoje, quer ler seu livro e se largar estatelado onde está. Ela então põe a mão na cabeça dele e ele imagina que ela vá fazer um carinho de consolo e então ele fecha os olhos para fruir deste prazer quando escuta Salma, que ainda mantinha a mão postada em sua fronte dizer: « levanta-te e anda »!22/09/2017
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
Há algum tempo, Mané que é um cético, tem com Deus uma espécie de acordo de paz, melhor dizendo um acordo de não agressão. De vez em quando, porém, há uma quebra desse acordo de parte a parte, mais por parte de Deus do que por parte de Mané, diga-se a verdade. Hoje a história se repetiu. Mané foi ao cemitério visitar o pai por conta do aniversário de sua morte há cinco anos. Pelo telefone avisou a mãe e prometeu a ela que visitaria também os pais dela, o avô e a avó de Mané. No caminho lembrou que não tinha o “endereço” do avô, mas achava que conseguiria encontrar. Já no cemitério e munido de velas, decidiu passar primeiro no avô, depois na avó e finalizar com o pai. Vinte minutos depois, já tinha dado duas voltas pelo cemitério e nada de achar a sepultura do avô. Procurou no site do cemitério, mas apareceram umas duas mil pessoas com o mesmo nome dele então pensou em ir até a administração fazer uma busca ou ligar para o primo que conhece as localizações de toda a família, mas nesse meio tempo, resolveu visitar a avó e o pai e depois decidir. Aos pés da morada da avó, depois de colocar uma pedrinha e acender a vela, na falta de algo melhor, disse para a avó em voz alta pra ela ajudá-lo a encontrar o avô, que estava um sol de rachar e que ele não estava ali para pagar nenhum pecado. Depois se despediu da avó e foi em direção ao pai. Nas alamedas tranquilas entrou sem querer numa rua e viu que ia se desviar novamente, praguejou, parou, pensou em dar uma marcha à ré e nesse momento viu que estava na esquina da rua onde fica o avô. Desceu do carro e em três minutos viu-se diante do túmulo. Ficou meio desconfiado com o achado repentino, mas não falou nada já que eles nem se conhecem direito, quando o avô morreu, Mané ainda era uma criança. Com a sensação de missão cumprida, Mané foi ao pai, esbanjou no acendimento de velas e perguntou se ele achava que a avó tinha lhe apontado o caminho e, claro, não obteve resposta. Mané deve considerar o acordo rompido? 18/09/2017
domingo, 17 de setembro de 2017
Mané foi mau aluno. No início dos anos 1970, Mané completou o colegial depois de ter repetido de ano duas vezes. Repetiu o 1º e depois repetiu o 2º. Naquela época, quando Mané um dia chegava em casa, flagrou a sua avó dizer para sua mãe que “desistisse de insistir tanto para que o menino estudasse” ao que a mãe respondia “mas o que o menino vai fazer na vida” e a vó “ele pode ser vendedor, lembra do tio xxxx? Então, ele foi vendedor a vida toda, não precisa ser inteligente para ser vendedor”. Mané se retirava humilhado em silêncio para o quarto, não havia argumento para enfrentar a realidade, Mané era uma pessoa burra. Quando chegou ao 3º colegial, Mané declarou que iria fazer cursinho. Diante do olhar de espanto de todos, sua mãe disse que tudo bem, mas que ela não iria pagar cursinho nenhum, que tentasse uma bolsa se essa fosse a sua vontade. Para maior ainda espanto de todos, Mané fez prova para bolsa no cursinho Universitário e...ganhou bolsa. E, para coroar o mega espanto, ao final de um ano de cursinho, Mané entrou na faculdade em 4º lugar. O pai de Mané, emérito cético e minimalista nem abriu o jornal no dia do resultado e estranhou a festa que encontrou em casa naquele dia. Mané não conta isso para receber loas. Conta mais para pensar o sistema de ensino ultrapassado que massacra os alunos que não se enquadram num determinado padrão. Ah, alguns dirão, isso aconteceu no século passado, mas não, Mané vê isso acontecer hoje em dia no século XXI e Mané também vê o que acontece aos deficientes, cujos problemas, ao contrário dos de Mané no passado, saltam aos olhos. A propósito, a escola onde Mané estudou comemora neste ano 95 anos de existência. Os alunos que freqüentaram a instituição nos anos 1960/1970 foram convidados a comparecer à festa. Também foram convocados a fazer uma doação, já que a escola neste momento se renova e precisa de dinheiro. Mané não vai à festa e também não sabe se vai doar alguma coisa. Na verdade o “método pedagógico” daquela escola foi péssimo para Mané. Hard feelings! 17/09/2017
sábado, 9 de setembro de 2017
Agora que já faz 40 anos, Mané pode contar que esteve naquela noite em setembro de 1977 na PUC quando a universidade foi invadida pelo Erasmo Dias. Mané estava no fim da rampa, na entrada do prédio novo com o primo e outras pessoas que bebiam e fumavam. Mané não bebia, até hoje não bebe, mas estava fumando e não fumava cigarro comum, nunca fumou até hoje. Mas como Mané já disse agora ele pode falar porque tudo isso já passou e pessoa mais careta que Mané, Mané acha difícil de existir. Mas voltando aos fatos, Mané lá embaixo na rampa, chapado, percebe que há uma movimentação estranha no topo da rampa, soldados estão descendo cassetetes em punho, barulhos de estouros e fumaça e não era a dos baseados. Mané cutuca o primo e diz que acha que vai dar merda e, ato contínuo, os dois se viram e começam a correr para a rua de baixo, pela saída do prédio novo. Mané tinha uma moto que tinha ficado na porta de um boteco e, com o primo na garupa, fogem pela contra mão enquanto chegavam os camburões em alta velocidade. Já em local seguro os dois pensam no que fazer e na falta de uma melhor idéia, por ser uma noite quinta feira, resolvem ir até o jockey ckub fazer umas apostas. A três quarteirões de lá rolava a bordoada, muitas pessoas eram presas, a ditadura dava seus penúltimos suspiros. Naquela noite Mané e o primo perderam dinheiro em cavalos azarões e ganharam quase nada em favoritos. Mais tarde voltaram à PUC para tentar recuperar o carro do primo que tinha ficado estacionado na Monte Alegre, na esquina com a Rua Vanderlei foram parados por um comando que perguntou o que queriam e o primo, fazendo cara de inocente, disse que queria saber o motivo da agitação ao que o cara respondeu de forma truculenta: “com essas caras de maconheiros, melhor saírem daqui depressa ou também serão presos.” Mané manobrou a moto, o primo subiu na garupa e chisparam dali, Assim terminou o ato mais revolucionário da vida de Mané. 09/09/2017
Mané está reclamando da filha,a quem ama incondicionalmente, para Salma. Quando reclama da filha, Salma escuta calada e Mané insiste em chamá-la de "sua filha". "Sua filha é uma pessoa egoísta e mal humorada. Sua filha se comporta como um ogro em casa e fora daqui é sociável e engraçada. Sua filha é teimosa e dona das verdades. Sua filha é uma pessoa rancorosa e mal educada". Mané para para respirar e espera alguma reação de Salma que impassível lhe responde: "minha filha é uma cópia fiel do pai dela". Mané responde que Salma pegou pesado e Salma, ainda flanando lhe diz que o pai também tem certas virtudes. 07/09/2017
terça-feira, 5 de setembro de 2017
Mané chega cedo em casa e Salma, que esta de saída, lhe propõe que a acompanhe até a academia que fica a uns 10 minutos de caminhada. Mané coloca um short e um tênis, põe a coleira no cachorro, pega um saquinho para recolher eventuais dejetos e todos saem à caminhar, num final de tarde gloriosamente ensolarado. Vão andando devagar pela rua, Milu vai cheirando um pouco aqui, mijando um pouco ali e logo chegam à academia. Salma cumprimenta todo mundo e Milu vai atrás dela academia adentro e logo se forma um furdunço em volta do cachorro. Todas dando gritinhos e passando a mão no cachorro que enlouquece e se agita. Mané sabe que aquela é uma academia só de mulheres, portanto de macho ali só ele e Milu. Salma apresenta o cachorro a todas as meninas; “esse é meu cachorro, chama-se Milu, magina não é bravo, pode passar a mão” e pouco depois entrega a guia a Mané e entra no salão dando um tchauzinho. Mané sai com o cão aos protestos. Depois, andando de volta, quando se abaixa para pegar um cocô, Mané se dá conta que todas aquelas mulheres sabem que Salma tem um cachorro e que ele se chama Milu mas não tem a mínima ideia de quem seja aquele mané que levou o cachorro embora. 05/09/2017
sábado, 2 de setembro de 2017
Quinze anos atras Mané estava numa padaria com o filho e uma amiguinha comprando munição para servir um lanchinho para os petizes. Encostados no balcão enquanto aguardavam o fatiamento dos frios, as duas crianças olhavam embevecidas para uma vitrine com docinhos coloridos que tinham formato de bichinhos e insetos. Olhavam com cara de fome, quase lambiam o vidro para ver se algum açúcar passava por ali. A menininha, espertinha, olhou pra Mané em dúvida se tinha o direito de pedir um pouco daquele veneno açucarado. Mané se fez de besta e continuou ordenando comidas saudáveis. A garota se achegou e falou: "sabe, minha mãe sempre me deixa comer esses doces". E Mané, nada. "Quando eu peço ela me compra uns dez, se eu quiser". E Mané...nada. "Bom, dez não, talvez uns três, pra cada um, né?" Depois de mais umas quatro investidas Mané não resistiu e resolveu comprar uma bandejinha daquelas porcarias e serviu as crianças após o lanche, afinal, se a mãe dela deixava...Hoje Mané reviu a menina que agora tem 23 anos. Uma mulher. Ela não lembrava do episódio, aliás Mané desconfia que ela nem se lembrava dele. Mané se sentiu velho e deprimiu.02/09/2017
et maintenant, que vais-je faire?
Travailler ou finir un chapitre important?
Quel terrible dilemme.
Ah, je m'en fou, Je terminerai le chapitre, puis je verrai ce que je peux faire au sujet du travail.
Mais que se passe-t-il si le chapitre termine à un point crucial?
Merde alors, je terminerai le livre, il ne reste que 69 pages. 21/08/2017
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