domingo, 1 de outubro de 2017

Mané entra numa padaria chic com o filho para um lanchinho rápido. A padaria parece uma loja da Disney, corredores cheios de guloseimas no seu caminho para a mesa. Eles sentam e o filho de Mané, que é deficiente, corre os olhos pelo balcão de salgados e pede uma coxinha sem catupiry e uma coca zero para a atendente que não tira o olho dele. Mané pede um sanduíche qualquer e os dois esperam. Enquanto isso Mané gostaria de explicar que, além de deficiente, o filho dele, entre outras coisas, sabe ler e escrever muito melhor que muita gente que tem ensino superior, sabe usar iPhone e computador com desenvoltura, já trabalhou e está se preparando para outros desafios, só pra citar três coisas a esmo para introduzi-los ao fato de que a atendente voltou com a coca do filho e perguntou pra Mané se o menino queria gelo e limão e Mané pediu à moça que perguntasse a ele, coisa que ela fez e ele respondeu que não, só gelada. Pouco depois a moça voltou com a coxinha e disse pra Mané que era sem catupiry, se era isso mesmo e Mané, já bufando, pediu outra vez que ela perguntasse ao menino, coisa que ela fez e ele respondeu que sim, era isso mesmo. Enquanto comiam a atendente voltou para perguntar outra vez a Mané, que não bebia nada, se o menino queria um canudinho e Mané perguntou a ela se ela era cega porque se ela não fosse ele ia pensar que o garoto era invisível, ao que a moça estacou paralisada e não disse mais nada e nunca mais voltou à mesa deles. O lanche estava bom e, confirmando a máxima de que o inferno são os outros, conclue-se que não há remédio para a ignorância.01/10/2017

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