quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
Saindo da Vila Mariana, Mané está singrando com leveza pelas tranquilas ruas da capital. O farol fica vermelho, Mané, que está escutando uma música do Aeromsith, para atrás de um carro preto que tem uma mulher ao volante. O farol abre e o carro à frente não se mexe. A moça está ajeitando o cabelo e Mané sente vontade de meter a mão na buzina mas apenas aguarda paciente, afinal hoje é só dia 4. Depois de uma eternidade ela finalmente anda e Mané vai atrás. Três quarteirões adiante, fecha novamente o farol. A essa altura tocava uma música dos Beatles. O farol fica verde de novo e a moça não anda, agora ela está observando as unhas. E ajeita o rabo de cavalo mais uma vez e depois acelera. Mané tranquilão, vai atrás, perguntando-se porque não buzina pra moça quando o farol fecha mais uma vez. E mais outra e outra ainda e em nenhuma das vezes a moça andou quando devia assim como Mané não buzinou como seria esperado. Na avenida Paulista Mané para ao lado dela ao invés de atrás pois está curioso de ver a pessoa que persegue há 5 km. Abre a janela e se depara com uma jovem bonita, mas ela não percebe que Mané está olhando porque examina o interior da sua bolsa. Nisso o farol abre e imediatamente ecoam as buzinas. A moça tem um sobressalto e, virando-se pra Mané lhe diz: “ai que gente histérica, não podemos nos distrair nem um segundo”, e sorri de forma cúmplice para Mané, que afinal também está parado interrompendo o trânsito. Mané devolve o sorriso e acelera, um segundo antes de ser ultrapassado por um motorista furioso que o chama de velho babão e “se aquele era um lugar pra dar encima das meninas”. Mané pensou “que gente histérica, não podemos nos distrair nem um segundo”. Mané continuou atrás da moça e mais à frente foi à esquerda, para a Heitor Penteado e ela, que buzinou a título de despedida, foi à direita, para os lados da Alfonso Bovero. 04/01/2018
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