domingo, 13 de janeiro de 2019
Suna, uma amiga, ligou hoje cedo a pedir informações sobre o celular que Mané acabou de comprar. Contou que sua filha tinha sido assaltada no trânsito, quebraram o vidro e levaram o celular que estava no painel com waze. Mané deu as informações, perguntou pela filha mas, desgraças dos outros sempre são menos desgraçadas. Mané estava com aquilo na cabeça enquanto assestava seu próprio celular no suporte do carro. Pensou na garota apavorada, pensou nos cacos de vidro se espalhando por cima dela e pensou no transtorno de perder o celular. Ficou com pena de Suna e da filha enquanto saia da garagem. Já pela Dr. Arnaldo, ar frio na testa, Mané não pensava mais no episódio enquanto o waze lhe dizia para pegar o acesso para a Paulista em 300 metros. No acesso, um lugar cheio de nóias, o trânsito estava parado, o ar continuava gelado e tocava "crying" do Aerosmith. Steven Tyler estava no auge da canção quando Mané viu uma pessoa vindo na direção de seu carro. Não parecia nóia, estava com as mãos no bolso e andava resoluto no meio das filas paradas. Mané teve certeza que o cara ia assaltar alguém. Os carros à frente começaram a andar e sucedeu que o sujeito ficou a alguns metros do carro de Mané olhando fixamente na sua direção e Mané, num rompante de idiotia e apavoramento, acelerou o veículo em direção a ele que, assustado pulou para a calçadinha do meio e ficou estatelado no chão olhando enquanto Mané se afastava. Pelo retrovisor Mané viu que ele tinha algo nas mãos, não sabe dizer o que. Mané também viu o seu olhar de ódio, talvez por não ter entendido a agressividade de Mané ou talvez pela oportunidade perdida. Mané se afastou depressa e pensou em ligar para Suna e enquanto seus batimentos cardíacos voltavam ao normal, pensou na merda que podia ter acontecido, sob qualquer ponto de vista e pensou em como a violência pode transformar as pessoas. 03/10/2018
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