quarta-feira, 15 de janeiro de 2020
Amanheceu molhado e Mané, que nos últimos dias trocou a caminhada no parque Villa Lobos pelo aprazível bairro de Higienópolis, vai apenas levar o filho e voltar pra casa pra ficar atazanando Salma pela chuva e pelo fato de não ter podido andar. Salma nem responde, mesmo quando Mané lhe conta sobre a incrível quantidade de conhecidos que encontra nos 45 minutos de caminhada por aquelas ruas. Aliás, Mané acha que essa é a pior parte. Os correligionários locais conseguiram construir um bairro tranquilo e bonito, quase plano e muito bom de andar, com ruas quase limpas e coisas interessantes de olhar. O problema é que a cada pouco encontra-se um conhecido e ele se sente na obrigação de cumprimentar, então além de caminhar fica aquela coisa de sorrir e chacoalhar a cabeça, isso quando a pessoa não insiste em parar pra conversar, o que representa a morte da caminhada. Nos dias de calor é mais fácil porque, suado, Mané ameaça abraçar a pessoa que acaba se afastando depressa, às vezes até com cara de nojo. Na praça Buenos Aires Mané não entra mais, ali parece uma festa de bar-mitsva. Fazer o que, talvez amanhã. 23/12/2019
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