sábado, 22 de fevereiro de 2020

No idos anos 1980, no início da sua carreira bancária, Mané era o responsável por um grupo de agências do interior paulista. Certa feita, Zé Roberto, um excelente gerente da cidade de Itapira, veio fazer treinamento na capital e Mané o levou para almoçar no antiquiquissimo restaurante Lírico, na Libero Badaró, onde serviam um couvert generoso. Quem é velho como Mané, lembra dessas bolinhas de manteiga que vinham numa cumbuquinha. As porções eram generosas e vinham muitas, mas muitas, bolinhas de manteiga. Pelas tantas, Mané percebe que o pratinho de manteiga está vazio e pede outro ao garçom e assim que o novo é colocado na mesa ele vê o gerente espetar um palito de dente numa bolinha geladinha, colocá-la na boca, mastigar e engolir. E assim sucessivamente, Mané tentou impedir mas nesse momento Zé Roberto disse: “queijinho bão esse aí, né? Meio gorduroso mas uma delícia”! Mané ficou pensando se devia avisar mas ele comeu os três pratinhos com tanto gosto que acabou deixando a coisa assim mesmo. À tarde, no meio do treinamento, Zé Roberto foi muitas vezes ao reservado. Os colegas mangavam por ele ter comido muito: “caipira vem pra capital e acaba se lambuzando”. Ele sorria amarelo, melhor dizendo, verde, e corria pro banheiro: “aquele queijinho era gorduroso que só”.20/02/2020

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