domingo, 28 de junho de 2020
Desde o começo da pandemia tem um cara vendendo brigadeiros a R$2,00 na esquina da casa de Mané. É um menino baixote, de olho verde e com uma cara simpática. Uma vez, na volta de sua caminhada, Mané comprou algumas unidades e ofereceu pras pessoas da casa. Samira reclamou porque gosta de brigadeiro mas não gosta do granulado. Anuar e Salma acharam bom mas notaram que metade da massa ficava grudada na embalagem. No dia seguinte Mané falou pro cara que o gosto estava bom mas o doce era muito grudento. O sujeito ficou lívido, agradeceu Mané e disse que ia alterar a receita. Então Mané pediu a ele R$ 40,00 reais em brigadeiros mas que fosse uma bolona grande dentro de uma embalagem descartável. Desde então, toda semana há 8 semanas, ele traz uma quantidade de massa de brigadeiro, sem granulado e deixa na portaria de Mané, que passou a lhe pagar R$ 50,00 porque percebeu que a quantidade tinha aumentado. Samira e Salma passam a semana comendo de colherzinha e Anuar disse que sente falta do granulado e então ele prefere comer bolo de maçã com canela que vem da avó. Junto com o brigadeiro o sujeito manda origâmis e/ou poemas pra Mané e este já está ficando preocupado pois teme que o cara esteja a fim dele e acabe virando um grude. Por enquanto, cada vez que que algum membro da família passa por ali, ele acena vigorosamente e pergunta se todos vão bem. E quando Mané passa ele grita a plenos pulmões: boa tarde/dia sr. Mané, bom passeio, até amanhã e Mané se sente bem, só que não! 23/06/2020
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