sexta-feira, 1 de janeiro de 2021
De manhã cedo Salma recebe um uatsap de um número estranho porém com uma foto da lindinha Samira. Mãe registra aí esse número que o outro vou usar pra trabalho. Ué? Já acordou? Acordei, tenho umas coisas pra resolver. Salma conta pra Mané do número novo que acha estranho, isso é golpe, vaticina. Quando Mané pega o aparelho de Salma está chegando mais uma mensagem do “novo número”: aliás, enquanto resolvo meus problemas, será que você poderia depositar um dinheiro na minha conta, te mando os dados, logo mais eu devolvo porque agora estou muito atrapalhada. Mané então sem pensar digita: *va tomar no cy*. Depois vê que o corretor errou e manda outra mensagem: cú! Imediatamente o meliante apagou a foto dela e desapareceu. Depois Mané liga pra Samira que não atende, pois ela é da geração que não usa o telefone pra falar e, claro, estava dormindo. Mas ela acordou para um dia ruim, uma sensação de ter sido roubada, invadida, o uatsap não foi clonado mas como pegaram a foto dela, como descobriram que Salma é “mãe”, se no contato está escrito Salma? Muitos palpites chegaram, formata o celular, faz BO, apaga o app. O suporte deles mandou uma mensagem com uma lista burocrática de ações, formas de denunciar e/ou se defender de agressores. Debalde. Samira vai ter que lidar com esse lixo da vida nos próximos dias, semanas, sabe-se lá, o uatsap foi apagado, o telefone desligado, e Mané, se pudesse, torceria o pescoço do maldito mas cadê? Ao invés, deu um copo de cerveja com groselha pra menina na janta e amanhã vai lhe comprar um potinho de queijo cottage que ela gosta e ainda caçou um pernilongo que estava a molesta-la. 28/10/2020
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