sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Dia desse Mané foi até a casa de seu primo Dib, companheiro de tudo que se pode imaginar da infância até a fase adulta. Ficaram conversando no quintal quando Mané bateu o olho num bordado que estava na parede da sala, dois veados à beira de um rio. Mané falou, "meu já teve um quadro desse na minha casa". Dib olhou desconfiado e disse: é? Mané disse que sim, tinha certeza, será que esse quadro seu pai não pegou da casa da nona? Ele retrucou, de jeito nenhum, lembro de minha mãe bordando isso aí quando eu era criança. Mané ficou ressabiado e a partir desse dia ficou atormentando a mãe: mãe, esse quadro estava na sua casa ou na casa da vovó? Será que o tio levou quando a vó morreu? A mãe, que não estava muito afim de nada, desconversou, disse que lembrava vagamente, enfim. Hoje, na visita da terça, Mané insistiu: mãe, vc deu esse quadro pra minha irmã, será que está na casa dela? Farida não confirmou a doação e Mané continuou com esse tormento na cabeça até quando chegaram em casa e Anuar comentou: pai, depois do banho eu vou olhar mas acho que talvez eu tenha um quadro parecido aqui no meu armário. E Mané: oi? Depois do banho Anuar foi até o quarto e voltou com o bordado, que a avó tinha lhe dado anos atrás, dois veadinhos tomando água à beira do rio, mesma temática, imagens diferentes. Aliviado, Mané sentou na poltrona e avisou Dib e a família, a paz reina.27/10/2020

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