sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Milu começou há uns tempos com um bafo de onça, de longe se sentia, nunca tinha sido muito bom mas parecia que tinha engolido cadáveres de rato com peste. Logo Mané o levou ao veterinário que prescreveu uma limpeza de dentes com anestesia geral. Mané que sofre, segundo Salma, de transferência de sofrimento, tem zero resistência aos males que acometem Milu, começou a passar mal uma semana antes do procedimento. Não dormiu, alimentou-se mal, abraçava o cachorro pedindo desculpas e, no dia, ficou seis horas de jejum junto com o cão, tenso e com taquicardia. Salma se preocupa e dá pequenas broncas, “o cachorro não tá sentindo, nem vai sentir nada, é pra prevenir um mal maior, bocas infectadas podem afetar outros órgãos, coração, não vai me ter um treco por causa disso”. Enfim, Mané foi lá com Samira, ficaram ao lado do bichinho até ele capotar. 32 minutos depois devolveram-no com a língua de fora, zonzo e uma cara de “o que foi que fizeram comigo” (mas Salma disse que isso, quem estava sentindo era o próprio Mané) e com os dentes branquinhos como os de um filhote. Mais tarde, Milu já circulando pela casa e pedindo comida, Samira e Mané tomaram um copo de cerveja com groselha para relaxar e, por conta dos chiliques pré-limpeza de dentes e pela bebida cor de rosa que tomou, Mané ficou se sentindo maranhense, meio boiola.31/10/2020

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