sábado, 25 de setembro de 2021
Mané lê no Facebook um protesto irado de um amigo que tomava sossegado seu café numa padaria chique e veio a ter seu sossego interrompido por um cachorro de porte pequeno que rosnava e latia a todos os outros cães que passavam. Três mil foram os latidos que ouviu e, a cada xilique, o dono afagava o cachorrinho para tentar acalma-lo. Mané, como sabem, tem o Milu, uma cruza de scotish terrier com maltês, duas raças originalmente nervosas. Tendo já passado por diversos perrengues, a vida ao lado de um cão é sempre selvagem, sendo francamente partidário aos cães, Mané acha que em qualquer caso, a culpa é sempre dos humanos. No caso relatado, claro que o dono não deveria afagar o cachorro após o ataque, isso reforça o mau comportamento do bichinho. Claro também que o que tomava café tem que entender a revolta do cão. Ora, todos sabem que os cachorros são territoriais, é da sua natureza, o que fazem os outros três mil cães passando na frente dele sem parar? É revoltante! E o tomador de café? Por acaso o cachorro latidor reclamou da sua presença? Senão vejamos, como era mesmo aquele ditado, os incomodados que se retirem? Perorações à parte, Milu tinha uma fama horrível no prédio, latia e rosnava para qualquer um que tentasse entrar no elevador (Defesa de território, etc, etc) e isso era realmente desagradável. Mané não achava bom que Milu ficasse tão nervoso. Com o tempo Mané descobriu que Milu mudava de comportamento se estivesse solto e passou a andar com ele sem coleira e não é que deu certo? Milu de coleira, um monstro com dentes à mostra. Milu sem coleira, um perfeito gentleman. Tudo é uma questão de hábito e de conhecimento mútuo, outra vez, culpa dos humanos, os que tentam invadir o elevador e os que teimam em prender seus cães a um cabo. Outra coisa, na casa de Mané quem manda é o Milu. Se vem uma visita, quando vinha, que não gosta de cachorro, azar da visita, ela que se vire com a sua intolerância. Se Milu gostar da visita e quiser deitar na cabeça dela, ele vai deitar. E, por fim, aquela máxima dos cachorreiros: “confie num cachorro quando este não gostar de alguém, mas, desconfie de quem não gosta de cachorros”. 20/7/21
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