sábado, 25 de setembro de 2021

Mané escancara a janela e se depara com um desanimador e plúmbeo céu. A chuva vai impedir a caminhada e então ele roda em círculos pela sala observado pelo olhar intenso de Milu. Durante o repasto do desjejum eles tentam estabelecer um plano para o dia furibundo, Salma e Anuar vão até ali, depois voltam com o almoço, Mané deixa Samira numa loja Vivo, vai com Anuar até a casa de Sara, pega Samira na volta, deixa Anuar em casa na sua live, vai comprar o jantar, sopa de novo, janta, assiste TV, lê e dorme. No meio disso tudo tem que passar um remédio no cachorro que odeia tratamento e fica latindo e mordendo Mané que cogita desistir de tudo mas não desiste. Mas antes disso, Mané tem que lavar a loucinha do café, (porque vocês não compram uma máquina de lavar louça?, porque teria que reformar a cozinha, e além disso, o que é que vocês tem a ver com minha louça?). Mas Mané dizia que, ao longo das quase 1500 louças que lavou na pandemia, aperfeiçoou um método de lavagem que consiste em lavar primeiro os copos e/ou xícaras, depois os itens pequenos, como talheres, depois os maiores como pratos e panelas, exatamente na ordem inversa de que serão acondicionados no escorredor, primeiro os itens grandes, depois os talheres e por fim os copos e/ou xícaras na parte de baixo. Muito engenhoso. Depois, limpar os dejetos do Milu, varrer e passar um pano na cozinha e área de serviço, com desinfetante veterinário, fechar o saco de lixo e fim. Salma e Anuar já saíram, a casa está vazia, limpa e quieta. Milu o observa com um olhar intenso. Mané pega seu livro e deita na cama recém esticada, são dez da manhã e tudo vai bem. Pelo menos parece. 17/7/21

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