quinta-feira, 26 de setembro de 2019
Mané está acostumado a recolher o coco que Milu faz na rua depois de quase treze anos de passeios diários. Ocorre que, talvez por estar envelhecendo, o cachorro mudou o regime de defecação e passou a fazer coco em duas partes: uma logo que põe o pé na rua e outra um pouco antes do fim do passeio. Tendo sido pego desprevenido algumas vezes, Mané passou a levar dois saquinhos plásticos e a coisa se assentou assim. Nas poucas vezes que esqueceu o segundo saco, Mané teve que pegar o primeiro coco e ficar segurando até que ocorresse a segunda revelação, ou seja, Mané fica o passeio todo segurando a coleira com uma mão e uma sacola plástica com um montinho de bosta na outra. Mané tem certeza que hoje, quando encontrou um amigo na rua e o abraçou, uma bolota de merda caiu da sua mão e grudou nas costas da camisa do amigo. Mané não falou nada mas, ao chegar em casa e contar o ocorrido a Salma, esta o obrigou a ligar pro amigo para avisar mas, antes que Mané pudesse falar qualquer coisa o amigo lhe contou que tinha chegado em casa com um pedaço de merda grudado nas costas que talvez fosse coco de morcego porque era bem fedido e como eles tinham ficado a conversar debaixo de uma árvore... Mas o que Mané queria falar mesmo? Mané então desconversou e disse que tinha sido um prazer rever o amigo, que precisavam marcar um café com mais vagar. E desligou jurando que nunca mais esquecerá a segunda sacola para os dejetos caninos. 8/8/2019
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